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terça-feira, 6 de junho de 2017

Não se trata de mover uma montanha, mas sim de construir uma
 
Há pessoas que acreditam que devemos mover várias montanhas por aqueles que amamos e se essas montanhas não chegarem então devemos mover o mundo por elas.
Eu acredito na transparência a todo o momento e no dia em que a pessoa que amamos decidir que deve seguir por outro caminho, eu não vou mover montanha nenhuma.
Sim, foi isso que eu disse, montanha tem de se mover diariamente a dois.
Não ter medo de dizer que não, de colocar barreiras, de perguntar porquê, sem mágoas sem “ses”. Acima de tudo sem medo de perder, porque o amor não é uma luta, e sim uma construção continua.
Escolher ter-te a meu lado foi moldar-me a ti, no mesmo sentido em que te moldavas a mim.
Fomos três a todo o momento, eu, tu e nós, porque não há nada mais estúpido num casal do que quererem ser um, mas acabou.
Foi uma opção tua, fruto da tua vontade e eu não sou ninguém para te privar de seguires aquele que achas que poderá ser o melhor caminho.
Seria injusto para ti se não o fizesse, deixando-te claro que era uma situação irreversível, que eu já mais iria tentar recuperar o que quer que fosse.
Seria injusto para mim colocar-te em primeiro lugar, mesmo que naquele momento te amasse mais do que me amava a mim própria.
Como é que foi a ruptura? O três multiplicou-se por zero e o vazio ficou.
Aceitei-o no primeiro momento, e ainda hoje o aceito.
Um luto pesado, inacabado, uma despedida forçada, o derrubar de uma criação, uma dor diferente de todas as outras.
Não há amores eternos, eu sei disso, mas há pessoas que ficam eternamente em nós.
É inevitável, é injusto.
Há pessoas que nos superam e acima de tudo superam aqueles que nos cruzam a vida.
Depois delas só valerá a pena que for melhor, se superar tudo e ainda vier acrescentar.
Ao contrário disso o passado estará projectado no futuro e isso anula qualquer presente!
 


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